Oikos é uma palavra de origem grega que pode ser traduzida por “casa”. O Planeta Terra é oikos, nossa morada, a Grande Casa. Quem nela habita com espírito extrativista não consegue enxergar os demais habitantes como concidadãos. Considera tudo como objeto de uso ou usufruto, inclusive a própria morada. Acredita que a construção de riquezas só pode ser feita devastando a natureza.
Oikos, mais do que simples residência, significa habitação compartilhada, a requerer outras duas palavras de origem grega: ética e estética. A primeira refere-se aos valores da casa. A segunda, à maneira como é arrumada, seu arranjo. Na ausência desses dois elementos fundamentais, inexiste ordem e beleza. Deixa, portanto, de ser o espaço habitado pelo humano, que sucumbe naquele aterro árido.
A junção de oikos com nomos (costume, lei) resulta em outra palavra importante: economia, ou seja, o conjunto de regras da administração da casa. Seus moradores, por meio da economia e conforme as necessidades, utilizam os recursos para produção e distribuição dos bens.
Esses recursos suprem tais necessidades, mas não são suficientes para cobrir as voracidades. Por isso, a casa tem de contar com a ética (os valores) e a estética (o arranjo) para que seja harmoniosamente desfrutada por seus moradores, presentes e futuros.
O Planeta Terra é a Grande Casa, capaz de abrigar a todos. Merece, portanto, cuidados de que agora está carente, sob constante ameaça de devastação. Deve ser tratado como sujeito e parte fundamental da família humana. Contribua, com amor, para tão virtuosa missão.
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Textos: Roberto Tranjan