A velha economia promoveu a fragmentação. Deslocou a empresa do negócio, a profissão da vocação, o emprego do trabalho, a vida profissional da vida pessoal. As pessoas se sentem puxadas de um lado para outro, sem saber ao certo qual papel representam. A mesma dúvida se estende para as relações, no embate entre o desejo de agradar e o medo de desagradar.
Quando os polos se encontram, eles não se reconhecem. É como se o corpo seguisse em uma direção, enquanto a mente e a alma fossem para outra. O sentimento é de desagregação. A ausência de tranquilidade interior contribui, entre outros fatores, para o estresse.
Viver em plenitude requer envolver-se por inteiro. É quando pensamentos, sentimentos e comportamentos estão alinhados com os valores. Assim, a aparência corresponde à essência e o existir, ao ser. Na plenitude, o corpo, a mente e a alma formam uma tríade equilibrada, coerente e sinérgica.
Não é fácil vivenciar tal unidade. Todos nós temos facetas que não nos agradam, que gostaríamos de eliminar ou mesmo esconder, em vez de assumir. Representam, contudo, o inimigo que precisa ser compreendido e amado.
Essa afirmação parece estranha, até mesmo um paradoxo. É imprescindível, no entanto. Compreender e amar os inimigos que habitam em nós ou os polos que nos desagradam, é condição para que possamos compreender e amar também os mesmos inimigos que rejeitamos ao projetá-los nos outros.
Acolha generosamente a plenitude, que nos permite ter consciência de nossas várias facetas. É algo que requer coragem para lidar sábia e amigavelmente com o que não nos agrada e assumir o que melhor nos representa. É uma prática fundamental para vivenciar a Nova Economia.
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Textos: Roberto Tranjan