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O setor de petróleo e gás nacional deve atrair investimentos multibilionários em 2024, impulsionados pelos planos da estatal Petrobras.

O destaque é o segmento de exploração e produção, no qual os investimentos estão projetados em, aproximadamente, US$ 25 bilhões, principalmente offshore.

Só a Petrobras pretende investir US$ 18,5 bilhões, sendo US$ 15,5 bilhões destinados a E&P, US$ 1,9 bilhão para refino, transporte e comercialização, US$ 600 mil para a área corporativa e US$ 500 mil para gás e energias de baixo carbono.

A petrolífera federal deverá avançar com a contratação de seis FPSOs para os projetos Sépia 2, Atapu 2, Barracuda/Caratinga, Albacora e Sergipe-Alagoas.

Também está prevista a inauguração do FPSO Marechal Duque de Caxias em 2024, que será a terceira unidade de produção no campo de Mero.

No segmento de exploração, toda a atenção está voltada para os resultados da campanha de perfuração na Bacia Potiguar, envolvendo o primeiro dos 16 poços que a Petrobras pretende perfurar na promissora Margem Equatorial até 2028.

Há também expectativas em relação ao primeiro poço perfurado pela petroleira malaia Petronas no Brasil.

Após a mudança na administração federal em janeiro, a Petrobras aumentará os investimentos em refino, na esperança de reduzir a dependência do Brasil das importações de diesel, à medida que aumenta sua capacidade de biorrefino com foco em diesel renovável e combustíveis de aviação sustentáveis.

Entre os projetos em andamento estão a contratação do segundo trem de refino da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a instalação de uma planta de lubrificantes no Polo Gaslub, a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados UFN III e um programa de biorrefino focado nas refinarias RPBC, Presidente Getúlio Vargas (Repar), Reduc e Replan.

No setor privado, a Enauta iniciará as operações de seu FPSO do Campo de Atlanta e a Equinor trabalhará em seus projetos Bacalhau e Raia (antigo Pão de Açúcar) na Bacia de Santos, com investimentos totalizando US$ 17 bilhões.

Além disso, Karoon, PRIO, 3R Petroleum, Trident Energy e BW Energy possuem compromissos de investimentos relacionados aos projetos offshore Baúna, Neon/Goiá, Frade, Wahoo, Papa Terra, Peroá/Cangoá, Pampo/Enchova e Maromba.

A respeito de produtores onshore, empresas como 3R Petroleum, Petrorecôncavo, Origem Energia, Seacrest, Imetame e Petrosynergy continuarão investindo na revitalização de ativos maduros.

E a Eneva, com sede no Rio de Janeiro, avançará com campanhas de perfuração nas bacias do Parnaíba e Amazonas.

Outros destaques para 2024 incluem o início da operação do gasoduto Rota 3 e da unidade de processamento de gás, que gerará cerca de 20 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) de gás natural do pré-sal, e três novos terminais de GNL, operados pela New Fortress Energy (NFE) no Pará e em Santa Catarina, e Compass Gás e Energia, do grupo Cosan, em São Paulo.

PROPOSTAS

O atual modelo de licenciamento do Brasil é o programa de oferta permanente, em que as licitações são realizadas após as empresas manifestarem interesse em um ou mais blocos exploratórios em oferta permanente.

Entre esses ativos estão concessões e áreas de partilha de produção ? estas últimas são áreas localizadas no chamado polígono do pré-sal, que fica entre as bacias de Campos e Santos.

Na última rodada de licenciamento, realizada no dia 13 de dezembro de 2023, apenas uma das cinco áreas de partilha de produção, Tupinanmbá, foi vendida ? para a BP Energy ? o que reforça a sensação de que os riscos geológicos do ?novo pré-sal? cresceram.

A menos que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apresente áreas de partilha de produção mais atraentes, é provável que as concessões de exploração nas bacias de Santos, Pelotas e Margem Equatorial concentrem a atenção de empresas como Petrobras, BP, Chevron, Equinor, Shell e TotalEnergies, além de grupos chineses como CNOOC.

PRODUÇÃO

De acordo com os últimos dados da ANP, o Brasil produziu 3,5 MMb/d de petróleo e 152,5 MMm³/d de gás natural em outubro.

A agência reguladora prevê que a produção doméstica de petróleo permanecerá estável em 2024, enquanto a produção de gás será em média de 167 MMm³/d.